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O DEPENDURADO (12)

O Louco instala-se debaixo de uma árvore, com a intenção de encontrar o seu eu espiritual. Lá ele permanece durante nove dias, sem comer, mal se movendo. As pessoas passam por ele, animais, nuvens, o vento, a chuva, as estrelas, sol e lua. No nono dia, sem pensamento consciente, ele sobe à árvore e pendura-se num galho de cabeça para baixo. Por um momento, ele rende-se a tudo o que ele é, quer, sabe ou preocupa. As moedas caem dos bolsos e, quando ele olha para baixo, não vê dinheiro, mas apenas pedaços redondos de metal.

Parece-lhe que a sua perspectiva do mundo mudou completamente, como se sua posição invertida lhe permitisse oscilar entre o mundo material e o mundo espiritual, capaz de ver ambos. É um momento deslumbrante!

Momentos como este, de clareza, ele percebe que isso não vai durar. Muito em breve, ele deve endireitar-se, mas quando o fizer, as coisas serão diferentes. Ele terá de agir de acordo com o que ele aprendeu. Por enquanto, porém, ele simplesmente observa-se, absorvendo, vendo.

Destemido, o Louco avança. Ele está determinado a realizar o seu sonho, mas ele acha que a vida não é tão fácil quanto parece. Mais cedo ou mais tarde, ele encontra a sua cruz pessoal - uma experiência que parece muito difícil de suportar. Este desafio enorme humilha até que ele não tem escolha a não ser desistir e deixar ir.

Na primeira, o Louco sente-se derrotado e perdido. Ele acredita que sacrificou tudo, mas das profundezas ele descobre uma verdade surpreendente. Ele acha que quando ele abandona sua luta pelo controle, tudo começa a funcionar como deveria. Ao tornar-se aberto e vulnerável, o Louco descobre o apoio milagroso de seu eu interior. Ele aprende a render-se às suas experiências, ao invés de combatê-los. Ele sente uma alegria surpreendente e começa a fluir com a vida.

O Louco sente-se suspenso num momento atemporal, livre de urgência e pressão. Na verdade, o mundo virou-se de cabeça para baixo. O Louco é o Enforcado (12), aparentemente martirizado, mas na verdade está sereno e em paz.